Este fim-de-semana deixámos o G muito bem disposto com os avós e fugimos até Paris. É uma cidade que eu adoro porque dá vontade de passear. Tudo é plano, a arquitectura coerente e linda, as pessoas vestidas com estilo (cada um com o seu, é certo... e alguns um tanto ou quanto duvidosos, mas, sem dúvida, criativos), comidinha boa e uma vida cultural animada.
Já conhecia o Palácio e já tinha visto algumas das peças da Joana Vasconcelos ao vivo, mas as duas coisas juntas tornam-se improvavelmente espantosas.
Acho que tem a ver com o inesperado, com a junção de duas realidades quase opostas. O estilo sumptuoso, majestoso, conservador (e dourado!) do espaço com a modernidade das peças. Para além disso, as peças expostas, pela sua dimensão, enchem os espaços e tornam-nos mais apelativos do que as meras salas vazias.
A primeira peça que vimos foi o coração independente preto, nada mau para começar, mas logo a seguir o vermelho que para mim funcionava ainda melhor pelo contraste do vermelho com o dourado da sala.
Umm... note-se só que as fotos não fazem mínima justiça...
Não faltavam os sapatos da Marilyn e uma peça: O que é isto??!
Fiquei maravilhada com a expressão atenta dos Guardas.
E com o Vitral.
Achei as Valquírias assim-assim; os materiais usados eram bonitos mas depois ficava demasiado confuso, formas e texturas e padrões a mais.
E o Lilicóptero era estranho mas imponente. Feminino e boémio.
E depois vieram os jardins. Espectaculares só por si (apesar da chuvinha que nos fez companhia) e magníficos com os Blue Champagne.
Valeu muito a pena e é, sem dúvida, um caso em que ambas as partes ganham - o espaço fica valorizado e as peças ganham outra dimensão pela envolvência.
A única coisa que me deixa triste é que seja em França e não em Portugal. Os portugueses não o saberiam valorizar? Não há condições, nem apoios suficientes? É melhor para o currículo da artista que seja no estrangeiro? Provavelmente todas elas.