No outro dia ao almoço, no trabalho, falava-se da gestão do dinheiro quando se vive com alguém.
As conclusões foram que cada casal geria de maneira diferente.
Havia sempre um dos dois que assumia as rédeas da organização das contas mas fora disso os modelos eram todos diferentes:
- Conta comum , onde caem ambos os ordenados, e da qual se paga tudo.
- Conta comum, onde caem ambos os ordenados, e da qual se pagam as despesas comuns, sendo mensalmente retirado um valor para a conta individual de cada um para gastos pessoais.
- Duas contas individuais onde caem cada um dos ordenados, sendo mensalmente transferido um valor para a conta comum (que varia ou não em proporção ao ordenado de cada um) para serem pagas as despesas comuns.
Antes de casarmos discutimos este assunto e não chegámos logo a um acordo. Ele preferia o primeiro modelo, eu o segundo.
Parecia-me uma grande perda de liberdade o facto de o dinheiro estar todo em conjunto, porque a responsabilidade associada a cada decisão de compra é muito maior. E agradava-me a ideia de ter uma quantia por mês para gastar como quissesse, ainda que acabasse por não a gastar, sem haver qualquer possibilidade de censura da outra parte. Afinal, ainda no outro dia tinha adquirido a minha independência financeira e a liberdade de gastar, mesmo em coisas fúteis só porque posso e me apetece, não me apetecia abdicar dela.
Acabámos por optar pelo primeiro modelo, com possibilidade de passar para o segundo se começasse a haver conflito quanto a gastos com os quais um de nós não concordasse.
Até ver, acho que o primeiro modelo foi a melhor opção no nosso caso. Ele faz lindas tabelas e gráficos de excel que me mostra no final de cada mês, gerindo o nosso dinheiro mil vezes melhor do que eu alguma vez teria capacidade e paciência para fazer.
A questão da liberdade ainda me incomoda de vez em quando mas é apenas uma questão psicológica porque na prática eu compro exactamente as mesmas coisas que compraria se tivesse um valor para gastos pessoais.
Na prática é muito mais fácil a pessoa ter apenas um cartão multibanco e não ter de pensar se paga com este dinheiro ou com aquele. E o sentimento de partilha e de que tudo é nosso é bom!
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