terça-feira, 30 de abril de 2013

A franja de Obama


Assim que vi a foto começou a nascer em mim uma gargalhada incontrolável. Depois, veio o sentimento de incredulidade, mas não restam dúvidas... não é uma montagem. Obama aceitou pôr uma franja no jantar anual para os correspondentes da imprensa na Casa Branca.

A política parece mais honesta quando os políticos têm capacidade de se rir de si próprios!


domingo, 28 de abril de 2013

Jackpot!


E, de repente, depois de uma consulta de rotina no hospital, o parque custa € 1,30. Rotina.

Pagar com uma nota de € 5. Rotina.

A máquina começa a despejar moedas, a despejar moedas, a despejar moedas. Temos história.

Será que instalaram uma slot machine na cave do hospital? Suspense.

Queriam!

As moedas são todas de 5 cêntimos. 74 moedas. € 3,70. 

Lição: não pagar com notas em terra de moedas.

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sábado, 27 de abril de 2013

O G. visita os avós - Lado B




Ponto de partida: ao contrário do Bolinha, quando visita os avós, o G. não vai brincar para a horta, apanhar os ovos que a galinha pôs e ajudar a avó a fazer um bolo enquanto o avô lê o jornal.

Já agora: é pena que os avós não tenham uma horta, galinhas que põem ovos e vacas leiteiras. Enfim: comida fresca e saudável a bom preço.

Os avós do G. são avós modernos. Avós que começam a preparar tudo com antecedência, montando a casa em função do ilustre convidado que vão receber. A mesa de centro desviada para um canto. Os brinquedos em cima da mesa, na sala, ansiosos com antecedência. A caminha aberta e sorridente.

Grande questão: que fenómeno é este que faz com que os avós tenham mais paciência do que os pais?

E o G. fica, feliz.

Feliz.

A melhor parte, no entanto, está para vir.

Jantar fora com toda a tranquilidade.

Ver um filme.

Namorar.

Dormir.

Ser.

E telefonar para os avós e ouvir o G. a dizer papá, mamã com toda a felicidade. Ir buscá-lo ao fim do dia, do fim-de-semana. Feliz por nos ver.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

d'aquém e d'além mar #5




Despedida do outro lado do Mundo

(Tabatinga, Amazónia, 2006)


Num belo fim de tarde em Tabatinga, a palavra saudade adquire um sentido sem paralelo. O barco está prestes a partir em direção a Manaus, a cidade aproxima-se para se despedir, a música ecoa não se sabe de onde, implorando com melancolia que não parta.

O barco acaba mesmo por partir, não se comovendo com a tristeza e o choro de uma jovem que representa duas ou mais vidas e perante o constrangimento do Sol que, certamente desolado, se esconde no intenso Amazonas, deixando uma escuridão imensa no espírito de quem parte e de quem fica.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

O G. visita os avós - Lado A



Mais ou menos desde que o G. tinha seis meses começámos a deixá-lo, de vez em quando, a dormir em casa dos avós.

Para mim faz todo o sentido.

Em primeiro lugar, o G. tem como avós pessoas maravilhosas e eu sinto que ele ganha muito em passar tempo com eles. É claro que também passamos tempo com os avós quando estamos todos juntos, mas ele não se comporta da mesma forma quando nós estamos por perto e é muito importante que ele crie as suas próprias relações sem a nossa influência. 

Os avós têm toda a paciência do mundo para fazer 1000 brincadeiras e até dão mais bananas do que aquelas que são permitidas no dia-a-dia. E a verdade é que sempre que chegamos ele está muito feliz.

Em segundo lugar, é bom fazer coisas a dois. Sabe tão bem dormir até mais tarde, ir ler para uma esplanada, conversar. Focados apenas em nós por umas horas. O G. é uma ótima companhia mas é muito exigente em termos de atenção e concentração, como qualquer criança. 

Quando voltamos a encontrá-lo estou cheia de vontade de o encher de beijinhos e de brincar com ele. Tive tempo para respirar, para pensar. Tivemos tempo para falar sobre a vida, para nos sentirmos próximos.

Estamos prontos para iniciar mais uma semana.

Imagem - mais um dos livros preferidos do G.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Mini Quilt


O problema de fazer um quilt, para uma pessoa com pouca experiência, como eu, é que demora muito tempo. E é fácil ficar desmotivada e deixar o projeto a meio...

Por isso, o que é que uma pessoa com pouca experiência e alguma preguiça, como eu, faz? Adia...

... Até ter uma ideia luminosa! Fazer um quilt, mas em miniatura. A ideia era treinar um bocadinho e ver alguma coisa chegar realmente a ser.


Este foi o resultado. A inspiração para o scrappy chevron veio daqui.


A verdade é que deu para praticar algumas das técnicas e ganhar confiança para projetos maiores.

E a nossa mesinha do hall ganhou uma nova vida!


segunda-feira, 22 de abril de 2013

Memórias do cinquenta e oito


O cinquenta e oito não é apenas um autocarro, é o autocarro das minhas memórias!

Lembro-me de entrar todos os dias da semana no cinquenta e oito às sete e meia, a caminho da escola, com uma tonelada em livros e cadernos às costas. Bem. Nem todos os dias. No início ainda havia o quinze e um quinze especial, às sete e um quarto, com dois andares. E valeu a pena chegar à escola tantas vezes tão cedo só para ter esta memória de andar naquele clássico da Carris.

Lembro-me de entrar todos os dias da semana no cinquenta e oito a caminho de casa, com a mesma tonelada em livros e cadernos. Cheio até às portas, cheiro até às portas. Mas lembro-me.

Lembro-me de entrar ao fim-de-semana no cinquenta e oito para ir tomar o pequeno almoço com os meus avós. E depois ia a pé das Amoreiras a Campo de Ourique. Valia a pena, sem dúvida.

Lembro-me de entrar no cinquenta e oito e ele me levar à Faculdade.

E, no outro dia, voltei ao cinquenta e oito.

E voltei a lembrar-me do cinquenta e oito.

Está mais pequeno. Está mais moderno. É inspirador.


Quando deita para a rua
Os seus tristes olhos frios
Juro ouvir animais do zoo
Tilintar atrás do muro
Quando passa Sete Rios

("Entre Alvalade e as Portas de Benfica", dos Deolinda)



domingo, 21 de abril de 2013

Receitas masculinas #3 - Brunch à Casa




Dia de brunch cá em casa, mais breakfast do que lunch, tendo em conta a hora....

Simples, desta vez sem necessidade de aplicação de fórmulas matemáticas.

Ingredientes:
- 4 ovos
- 3 batatas (porque eram pequenas)
- 1 cebola (não pode faltar)
- Azeite
- Sal
- Orégãos
- Mozzarela
- Iogurte grego
- Mel
- Frutos secos
- Laranjas

Etapas:
1. O mais importante é, sem dúvida, acordar bem-disposto e com vontade de ir até à cozinha tratar da comida e começar o dia de uma forma diferente.
2. Depois é pegar numa frigideira e começar a aquecer o azeite, em quantidade generosa. Picar a cebola e cortar as batatas em pedaços pequenos, pequenos mesmo. E deixar estar, até parecer que está tudo queimado. Bem, não tanto. Prosseguir antes de parecer queimado, caso contrário, é capaz de estar mesmo queimado. E nesse caso é capaz de não ser muito agradável.
3. Fazer o sumo de laranja (Ela, claro, porque isso não implica perícia de chef, fundamental para garantir a genuinidade masculina destas receitas).
4. Cortar o queijo Mozzarela e servir numa taça, sobrevoado pelos orégãos, com toda a perícia de chef, qual águia Vitória em plano Estádio da Luz.
5. Deitar o iogurte grego num taça, juntar o mel e acrescentar frutos secos. Foi até esgotar o stock.
6. A cebola e as batatas já devem estar no ponto, pelo que é hora de os ovos entrarem em campo. Trinta segundos. Tudo mexido e temos a refeição pronta.


São servidos?

sexta-feira, 19 de abril de 2013

O polícia, o taxista de boné e eu



O cenário é este: em pleno dia, no centro de Lisboa, o semáforo está vermelho e à frente tenho apenas uma moto com um polícia. Atrás não está ninguém. Ao lado está um taxista de boné.

O semáforo fica verde. Olho para trás, não vejo ninguém para buzinar. Olho para o lado e confio no taxista de boné para começar a andar.

Nada!

Laranja, vermelho... Ninguém andou. O Mundo parou e ninguém avisou.

Fica verde outra vez.

Será que se pode buzinar a um polícia? Esqueci-me do Código da Estrada em casa.

Pelo sim, pelo não, aguardo.

E lá seguimos, calmamente, o polícia, o taxista de boné e eu.

Provavelmente não nos voltaremos a cruzar.

Fico com ambos na memória.

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quarta-feira, 17 de abril de 2013

Livros infantis #4 - Olha, bebé! e os Cabeçudos

O livro desta semana não é um livro. Mas tem muitas histórias para contar.

Chama-se "Olha, bebé!" e não posso falar dele sem falar dos Cabeçudos

Para quem não conhece é uma livraria de livros infantis maravilhosa, onde uma pessoa se perde e onde apetece comprar tudo, porque todos os livros são lindos e chamam por nós.


Para mim, o que a distingue de uma livraria como a Fnac é o aconselhamento. Na Fnac, a pessoa fica perdida entre tantos livros e é uma sorte se conseguir encontrar um adequado ao que pretende. 

Nos Cabeçudos, digo a idade da criança para a qual quero comprar o livro e, por exemplo, de que é que ela gosta e dão-me três ou quatro opções  - simples e normalmente encontro o livro perfeito, mesmo o que eu queria! E não noto grande diferença nos preços.


Voltando ao "Olha, bebé!", numa das vezes em que lá fui comprar um presente perguntei, no final, se a senhora me recomendava algum livro engraçado para o G, que na altura tinha cerca de um ano.

E ela recomendou-me este conjunto de cartas. Eu olhei desconfiada e trouxe-o, apesar de não estar muito convencida de que o G. fosse achar piada.


É claro que a senhora tinha toda a razão e o G. ficou imediatamente fascinado. Mesmo agora, passados uns meses, brinca praticamente todos os dias com os cartões. Já identifica quase todas as imagens e ensinamos-lhe sons ou gestos para a maioria delas, que ele repete alegremente de cada vez que pega no respetivo cartão.

O preferido dele é a "nanana", que podem ver ali em baixo à esquerda. E o nosso favorito é o avião que o G. diz que faz "vvvvv", com os braços abertos e um ligeiro balançar para um lado e para o outro!


Nota: Não recebemos nada para escrever este post. Simplesmente gosto muito dos Cabeçudos.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Viver em Lisboa - Lado B


Cresci e, até casarmos, sempre vivi em Oeiras.

O que me faz falta, agora que vivemos no centro de Lisboa, é o silêncio.

Chegava a casa depois das aulas, que eram em Lisboa e, de repente, quando saía do autocarro, estava silêncio. Era um alívio e só me dava conta de que tinha estado rodeada de barulho durante todo o dia naquele momento.

Agora nunca saio do barulho. Não há um desligar da confusão do dia e sinto falta disso.

Outra coisa que gostaria de ter, e claro que há alguns sítios em Lisboa que o têm, é vida de bairro. Sonho em poder sair de casa a pé para ir comprar o jornal, beber um café, fazer compras ou simplesmente dar uma volta. 

Este post está a ficar um bocadinho rezingão... Obviamente, Ele escolheu o tema para me provocar, porque sabe perfeitamente que é um tema sensível para mim.

Mas claro que sabe bem demorar meia hora até ao trabalho em vez de uma hora, estar a cinco minutos (de carro!) da Fnac mais próxima e não precisar de fazer horas na rua se queremos ir ao teatro à noite.

Que tal um consenso... Vida de bairro e sossego, no centro de Lisboa... Mudamos para Campo de Ourique?

Ver o Lado A.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Viver em Lisboa - Lado A


Nasci em Lisboa, mas vivi até aos seis anos em Valejas, uma pequena povoação do concelho de Oeiras. Voltei para Lisboa e daqui não mais voltei a sair, a não ser para visitas e (as tão desejadas) férias.

Três dos meus quatro avós nasceram em Lisboa, entre Alfama e a Mouraria, e o outro veio para cá viver com poucos anos. Os meus pais também nasceram em Lisboa, nos então "modernos" bairros de Campo de Ourique e Benfica. Eu nasci na Rua da Palma.

Resumindo: sou alfacinha de gema.

Mas isto pouco tem a ver com o tema deste texto. Eu acho que viver em Lisboa é muito melhor do que viver nos arredores, mesmo que seja, num Mundo ideal, com muito dinheiro para gastar, uma linda casa em Oeiras, Cascais ou Sintra. Ou seja, partindo da premissa de que a casa é equivalente, voto no centro de Lisboa.

A principal vantagem é, sem dúvida, morar perto da creche do G. (claro que poderíamos mudar de creche, pelo que isto não é decisivo) e do trabalho. Cinco minutos para chegar à creche, cinco minutos para chegar à faculdade. E assim se pode contabilizar o tempo que não se perde.

A segunda vantagem é a (mera) possibilidade de vir a casa a qualquer momento, a meio do dia, independentemente dos compromissos e das alegrias do dia. Se temos um jantar combinado, se queremos ir ver uma peça de teatro, não é preciso organizar tudo para ficar em Lisboa a fazer horas ou, pior ainda, ir e vir, acumulando quilómetros e minutos de desgaste.

Outras vantagens: os acessos; a vida de bairro (vamos ver o que Ela diz sobre isto...); oferta cultural e comercial; ir a Cascais ou Sintra passear...

Mas, se não tivermos de vir a Lisboa todos os dias, sou capaz de repensar a questão.

Ver o Lado B.

sábado, 13 de abril de 2013

Bolsa para talheres

Às duas horas da tarde de sábado olhei à minha volta e, surpreendida, apercebi-me de que o G. estava a dormir a sesta, Ele tinha saído para dar uma aula e eu tinha pelo menos duas horas à minha frente inteiramente livres. 

Era a oportunidade ideal para matar saudades da minha máquina da costura.

Precisava de um projeto que fosse rápido. Lembrei-me de fazer uma bolsa para levar os talheres, já que tenho levado o almoço para o trabalho e os talheres que vão embrulhados num guardanapo acabam invariavelmente soltos no fundo do saco.

Vasculhei os meus restos de tecidos para encontrar um que me apetecesse usar.


Depois foi pôr mãos à obra. Costurei dois retângulos iguais - um para fora e outro para o forro - e uma aba (será assim que se diz?) para fechar.


Juntei uns aos outros e já está.


Rápido, mas deu para matar as saudades! Até os talheres ficaram com um ar mais feliz dentro da bolsinha.

Agora só não me apetece nada ir arrumar tudo...



quinta-feira, 11 de abril de 2013

Liberdade



Às vezes penso que a vida a dois (e a três ainda mais) limita muito a nossa liberdade.

Antes lia quando me apetecia ler e via os programas que queria ver. Agora já nada é apenas em função de mim e do que me apetece.

E, no entanto, hoje Ele está fora, tenho toda a liberdade para decidir o que me apetece fazer e não me apetece nada ir ler ou ver televisão para aquela cama fria...!

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quarta-feira, 10 de abril de 2013

Livros infantis #3 - A Charada da Bicharada



O livro desta semana é novo cá em casa, prenda de uma tia linda, mas já nos conquistou a todos.

Chama-se A Charada da Bicharada e é da Alice Vieira.

Cada página tem uma charada em forma de poema. E desenganem-se se acham que é um texto básico com rimas evidentes. Tem palavras maravilhosas, que nunca nos lembraríamos de usar no dia-a-dia mas que têm piada. Como "farpela", palavra que me faz lembrar avós! Com filhos crescidos é um livro que tem muitas palavras para explicar, mas que, também por isso, tem muito para explorar.

Para o G., que não percebe ainda o texto, interessam os desenhos que escondem outros desenhos e são coloridos e cheios de formas interessantes. A resposta a cada charada, sempre um animal, está escondida no meio do desenho em cada página. Conseguem ver o peixe ali em cima? Ou o gato ali em baixo?



As figuras mais fáceis ele já consegue detetar e, principalmente, este livro é ótimo para a atividade preferida dele no momento. Imitar o som dos animais que vão aparecendo.