terça-feira, 18 de junho de 2013

Brinquedos na sala - Lado B



Acho que é muito importante os miúdos aprenderem a ter um espaço deles, onde podem estar a brincar ou a ler sozinhos, sem necessidade de ter um adulto para impressionar ou seduzir ou com quem partilhar o momento.

É importante para eles, mas é ainda mais importante para nós, pais, que existam vários momentos de descanso ao longo do dia. 

Da mesma forma que um bom silêncio me parece muito saudável na relação de um casal, momentos de proximidade com atividades simultâneas não partilhadas entre pais e filhos podem ser importantes para todos.

Dito isto, parece-me fundamental que o principal espaço de brincadeira esteja no quarto, num local reservado e claramente identificado como tal. Esse espaço estar centrado na sala pode constituir, quanto a mim, uma ocupação indevida de um espaço dos pais, espaço físico e temporal que pode mesmo ser um símbolo para o futuro saudável da sua relação.

O nosso caso é mais ou menos peculiar, uma vez que a sala era até agora pouco utilizada. O nosso espaço era e continua a ser o quarto: onde vemos televisão, lemos, conversamos. Neste sentido, um espaço para o G. na sala é bem-vindo, uma vez que permite que o possamos acompanhar de forma mais confortável, próximos no afeto mas mais ou menos distantes nos pensamentos.

E assim o quarto, a sala e os caminhos ficam desarrumados por igual.

Ver o Lado A.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Brinquedos na sala - Lado A


Antes de o G. nascer era mais fundamentalista quanto a esta questão.

Os brinquedos pertenciam ao quarto sempre, pensava eu, e não espalhados um pouco por toda a casa, como se de repente tivéssemos passado a viver no meio da confusão. Parecia-me que para manter algum equilíbrio e sanidade era preciso haver espaço para os adultos e a possibilidade de andarmos descontraidamente pela casa sem pisarmos, com um uivo, uma peça de lego.

Ainda continuo a pensar assim, mas já não tão a preto e branco.

Ainda na semana passada compramos uma mesinha para a sala, o que seria impensável para o meu antigo eu.

A verdade é que ao longo do tempo tenho vindo a perceber que o G. gosta muito de estar onde nós estamos, o que faz todo o sentido, porque eu também gravito em torno de onde eles estão.

A solução intermédia foi delimitar uma área, dentro do espaço comum, para o G. Até há pouco tempo era a mesa de centro na sala que tinha alguns brinquedos em cima. Agora é a mesinha.

Assim, ele faz parte do espaço sem dominar o espaço.

O que é que vos parece? Brinquedos no quarto ou nos espaços comuns?

Ver o Lado B.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Sentemo-nos

No canto da nossa sala mora agora uma mesa pequenina. Não tão pequenina como as portas. Apenas do tamanho certo para o G.


Já há algum tempo que o chão não era suficiente para as brincadeiras. E a mesa de centro da sala fazia as vezes de secretária. Atarefadíssimo fazia puzzles e lia livros, mas sem um sítio para se sentar.


Assim que viu a mesa os olhos brilharam e trepou para cima da cadeira. E encaixa ali mesmo bem, parece confortável!


No futuro a mesa há-de albergar lápis e folhas para desenhos, mas para já as brincadeiras são outras. Puzzles dos quais ele não se cansa, os cubos que adora empilhar (e deitar abaixo com um pontapé depois de concluída a torre) e livros, mas aqui apenas os que resistem a mãos mais inquietas.


Está aprovado.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Ao Santo António


O desafio partiu da creche. O G. esteve a preparar com os colegas um manjerico para decorar o espaço onde passa grande parte do seu tempo. Pediram a todos os pais para fazerem uma quadra alusiva à festividade, depois colocadas na parede cada uma em seu manjerico.

A tarefa não era fácil.

Os ingredientes teriam de ser o próprio S. António, ou pelo menos o ambiente dos Santos, a escola, o G. e um pouco de humor, como se impõe nestes poemas.

Não foi evidente juntar tudo, pelo que, após algumas tentativas falhadas e várias gargalhadas, este foi o resultado, em duas quadras.

Nesta quadra popular
Muito tenho a agradecer
Atiro beijinhos para o ar
Para uma bolacha merecer

Meu querido S. Antoninho
Deste-me a melhor escola da cidade
Com todo o vosso miminho
Encho-me de felicidade

Apenas a primeira acabou nas paredes da escola. Uma quadra sobre o G. não poderia deixar de fazer referência a bolacha ou a banana.

Fica aqui agora também a segunda.

Sentimos que o carinho que o G. recebe na creche é fundamental para o seu crescimento e uma das razões para que o sorriso habite constantemente na sua cara.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Livros infantis #6 - As escolhas da Constança

Pensei que seria interessante alargar a novas perspetivas a partilha de livros infantis aqui no blog.

E não podíamos começar melhor.

A Constança, do Saídos da Concha, dispensa apresentações. Blogger de referência, crafter, mulher, mãe, inspiradora na sua procura por uma vida simples, mas plena.

Ah, e não posso deixar de assinalar que nunca neste blog se viram fotografias tão bonitas!

Vamos a isto.


Sou a Constança, tenho 31 anos, nasci e fui criada em Lisboa, com uma breve passagem por Paris, onde fui estudante Erasmus. Quando me casei com o Tiago, decidimos que queríamos experimentar viver no estrangeiro durante uns tempos. O trabalho do Tiago começou por levar-nos até Inglaterra, onde, durante 3 anos, morámos numa casa no meio do campo, e onde nasceu o Rodrigo. Há 6 meses mudámo-nos para a Nova Zelândia e é aqui que estamos a construir uma vida nova.


Desde pequena que sou uma leitora voraz e fico feliz pelo facto de o Rodrigo, agora com 1 ano e pouco, também adorar livros. Os gostos deste nosso pequeno intelectual vão variando, mas há um livro de que ele gosta especialmente: o "Dear Zoo" do Rob Campbell. Gosta de virar as páginas, abrir as janelas e ouvir-me a contar a história (com muitas invenções minhas à mistura). Fica sempre bem-disposto quando lemos este livro.


Não me lembro de quais eram os meus livros preferidos quando tinha a idade do Rodrigo, mas quando penso em livros que marcaram a minha infância, o nome Enid Blyton vem-me imediatamente à cabeça. Primeiro Os Cinco, depois Os Sete (uma vez até tive um sonho em que Os Cinco e Os Sete se conheciam), e logo a seguir O Colégio das Quatro Torres, As Gémeas, a colecção Mistério e um ou outro livro solto que encontrei em casa da minha avó. Lembro-me que o vocabulário era bastante rico e que a realidade me parecia distante e um pouco antiquada, mas isso ainda contribuía mais para o meu fascínio com aqueles livros, que li e reli vezes sem conta.


Em Inglaterra comecei a comprar edições antigas em inglês e espero que um dia o Rodrigo se divirta a lê-las!

Quando a vida nos surpreende

Por natureza, acho sempre que as pessoas são boas - bem intencionadas, não interesseiras, simpáticas.

No fundo, sou ingénua, como já me apontaram várias vezes, e a verdade é que muitas vezes me desiludo quando afinal a realidade não é como a imaginava. 

Mas às vezes a vida surpreende-nos e alguém nos dá muito mais do que aquilo que esperávamos.

Foi isso que me aconteceu com a Constança.

O Saídos da Concha foi o primeiro blog que descobri, há já alguns anos, e que me fez descobrir todos os outros. Blog que me prende sempre pelas fotos, pelas palavras genuínas, pela vida inspiradora.

Contactei a Constança para lhe perguntar se ela estaria disponível para partilhar aqui no blog os livros da sua infância e os livros que agora fazem parte da vida do Rodrigo. Contava esperar muito tempo pela resposta e estava perfeitamente preparada para nem sequer receber resposta, porque imagino que as solicitações devem ser muitas.

E estava enganada! A resposta chegou poucas horas depois... Simpática, disponível!

Combinados os pormenores, ao longo de mais alguns e-mails, o post chegou e vai ser publicado já a seguir! 

terça-feira, 11 de junho de 2013

Feira do Livro da minha infância



A Feira do Livro está gravada na minha memória como as coisas que existem desde sempre.

Tenho memórias vagas de lá ir em criança e apesar de essas memórias serem difusas estão associadas a um sentimento bom. 

Os livros sempre foram muito valorizados em minha casa e, por isso, aquele espaço para mim era um paraíso, um mundo de possibilidades infinitas.

Continuo a ir lá todos os anos, mas claro que já não é a mesma coisa. Por um lado, porque objetivamente está diferente, com os grandes grupos a dominarem o espaço. Mas principalmente porque os meus olhos já não têm a mesma ingenuidade. Existe a FNAC e a minha imaginação já não se deixa deslumbrar da mesma maneira.

Ainda assim, não prescindo, porque continua a persistir em mim aquele sentimento de infância associado à Feira. E, de resto, agora, começa o momento de transmitir esse sentimento à próxima geração.

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