Há uns tempos participámos num workshop de escrita criativa. Só para ver como era, só para descontrair, só porque sim.
A estrutura ao longo das quatro sessões foi sempre parecida. Era-nos apresentado um estímulo - postais com imagens, caixas com diferentes cheiros, plasticina para moldar, uma música. A partir daí cada um construía um texto, em dez minutos.
O mais engraçado foi ver como o mesmo estímulo dá origem a criações tão diferentes e como cada um tem um estilo, um interesse ou mesmo um assunto mal resolvido que vai aparecendo reinventado em muitos dos textos.
Vamos aqui partilhar alguns dos nossos textos para não esquecermos, para vos entreter, só porque sim.
Os pares - Lado A e B - são sempre os dois textos que tiveram origem no mesmo estímulo.
Comecemos.
“Eu sou tão banco como o senhor”, disse o banco do jardim para o banco de crédito, na filha do supermercado.
Logo atrás, o banco da escola, de cabeça baixa, murmurou de
forma a que se ouvisse sem se ouvir: “Este banco de crédito tem a mania que é
mais banco do que nós”.
E pensou que nada podia fazer. Ele já deixara de se sentir
banco, desde que fora amontoado numa arrecadação da escola e substituído por
cadeiras. “Cadeiras!”, exclamou. “Como é que é possível que uma cadeira me
substitua?”.
Mas esqueceu rapidamente a questão quando o banco de dados
lhe passou à frente na fila, tudo para garantir que a loja não fechava e os 50%
de desconto estavam garantidos.
“Oh banco
de dados, põe-te no teu lugar, bem lá atrás, que isto aqui tem uma ordem”,
balbuciou, sem respeito, pondo em ordem o banco de dados, que, ainda assim,
pôde passar à frente do branco, que por um “r” ficou para o fim, por um “r” nem
banco é, dos bons, dos maus, dos que estão à frente ou mais à frente.
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Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarMaravilha e sucesso grandes ideias .
ResponderEliminarpintura residencial