Há uns tempos participámos num workshop de escrita criativa. Os textos dos Lados A e B surgiram do mesmo estímulo. A mesma realidade, duas perspetivas...
Vou
no carro e está trânsito. Afinal aqui também há trânsito… Este pequeno pormenor
nunca aparecia na imagem construída, sonhada, imaginada deste lugar.
Do
rádio sai a voz da Edith Piaff. Bom, pelo menos isso corresponde ao filme que
tantas vezes se desenrola na minha cabeça. Mas desconfio que esta deve ser uma
frequência dedicada aos clássicos, não propriamente a rádio que está na moda.
Desligo
o motor e saio do carro. De qualquer forma aquela fila não estava a andar nem
um milímetro. Faz de conta que ficou estacionado ali no meio, ao pé do Arco do
Triunfo.
Assim
está melhor. Tenho poucas horas, mais vale gastá-las como manda a imaginação.
Não é que haja um guião mas neste sítio há coisas que me apaixonam e não podem
ficar por fazer.
Começo
a andar: tarefa 1 cumprida. É que aqui tenho de andar a pé porque tudo é plano
e ordenado, as casas lindas e… apetece!
Entro
numa pâtisserie – tarefa 2 –
onde parece que tudo implora por ser comido. Compro dois croissants.
Chego
ao jardim ao pé do rio Sena. Lá estás tu à minha espera. Uma toalha no chão.
Dois copos de vinho, queijo e pão. Tarefa 3 – um piquenique contigo – prestes a
começar.
E
sinto-me bem. Recolho mais pedaços deste lugar mágico, deste momento mágico,
para levar para casa e começar novamente a reinventar o filme na minha cabeça
até à próxima vez que cá virei.
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