Diz-nos o Público, na sua edição online, que "há cada vez mais alunos com sono porque estiveram no computador até tarde".
Corrigiria o título desta notícia para: "Há cada vez mais alunos com sono porque os pais os deixaram estar no computador até tarde".
Mas isto parece mais fácil do que é.
Ontem, o G. estava um bocadinho rabugento, talvez por ter sido acordado a meio do sono vespertino para jantar. Comeu a resmungar, brincou a rosnar e, eis se não quando, apareceu o Talking Cat. Os olhos começaram a brilhar.
Os computadores são a forma mais fácil de os manter ocupados. A imagem e o som prendem a atenção e descansam os adultos. Enquanto comem, enquanto tomam banho, enquanto andam de carro. E depois, assim será também necessariamente enquanto estudam, enquanto brincam, enquanto dão os primeiros beijinhos. Como seria se eu tivesse de olhar para o telemóvel a cada minuto quando, no início do meu segundo decénio de vida, passava as tardes a jogar futebol no pátio do meu prédio?
As consequências estão à vista na notícia. E os efeitos são imprevisíveis, porque esta é das primeiras gerações integralmente tecnológicas desde o berço.
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