terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Restaurantes e gratificações



– A conta, por favor. Palavras ditas com um rabisco no ar.

No final de um jantar num restaurante, lá vem ela. É preciso decidir se se deixa uma gorjeta e, se a questão não tiver ficado resolvida na decisão anterior, quanto. E agora?

Há sítios no Mundo onde é malvista ou pelo menos pouco habitual. Outros há em que, de tão bem-vista, passou a obrigatória, com valor fixo. As diferenças não são tão grandes como à primeira vista se poderia pensar. Em ambos os cenários, todos sabem com o que podem contar. E não é preciso decidir: no primeiro caso, não se paga; no segundo, paga-se e esta é parte do preço.

O problema começa quando, como no nosso burgo, a gorjeta é bem-vista, muito bem-vista, aliás, pelos empregados, que recebem uma parte considerável da sua remuneração por aí. Mas não é obrigatória. Nem recomendada de forma musculada. Felizmente, porque é o pior dos sistemas.

O preço contém o serviço e os empregados devem ser remunerados pelo patrão e não diretamente pelos clientes, in the blue corner.

In the red corner, é simpático gratificar o empregado por um serviço bem prestado.

– € 0,50 se a comida não tiver vindo fria, € 0,75 se nos tiver servido antes do senhor esquisito e € 1,25 se se tiver “esquecido” da segunda dose de arroz que até era antipático cobrar.

Mas o serviço já foi prestado. Não se ganha nada com a gorjeta. Será que se deve gratificar antes para se ter um bom serviço? Se calhar é melhor.

– € 0,50 para a comida não vir fria, € 0,75 para nos servir antes do senhor esquisito e € 1,25 para se “esquecer” da segunda dose de arroz que até era antipático cobrar.

Não, isto pode ser mal interpretado. Tem de ser no fim.

E o fim de hoje pode ser o início de amanhã.

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