O G. ainda não consegue dizer-te aquilo que pensa neste dia. Eu, por outro lado, quero muito dizer-te algumas coisas.
Não te assustam as fraldas cheias de cocó, as birras a comer a sopa e, à noite, quando ele choraminga, não fazes de conta que não ouviste nada.
Sinto sempre que as tarefas e a responsabilidade são divididas pelos dois, em igual proporção, e isso faz-me sentir amada e valorizada.
De manhã, saio descansada de casa, sabendo que tu o arranjas e levas à escola. Se eu me sinto cansada sei que não preciso de lhe dar banho porque tu o fazes.
As decisões sobre se devemos dar um ben-u-ron, se devemos ir ao médico, se ele está em condições de ir à escola são tomadas em conjunto, o que retira grande parte da pressão sobre os ombros de cada um.
Provavelmente porque o G. sente esta partilha, também os seus miminhos e os beijinhos são distribuídos em igual proporção. Recusa-se a ir para a cama sem dar um beijinho ao papá e outro à mamã (e é verdade que ocasionalmente a exigência se estende também ao Mickey).
É muitas vezes o teu nome que ele chama de manhã, de forma ensonada e cheia de mimo, quando está farto de dormir e quer tomar o pequeno-almoço. E ao voltarmos da escola, à tarde, vem sempre o caminho todo a perguntar pelo papá.
És muito mais do que eu poderia sonhar no teu papel de Pai e isso faz-me feliz.
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