sexta-feira, 28 de junho de 2013

O senhor da frente na porta do metro



Começando por traçar o cenário, compondo os ingredientes para esta história do dia-a-dia, imaginemos que estamos na porta de acesso ao metro e a hora é de ponta, com muita gente a querer entrar ou sair por ali a correr.

Dia 1: o senhor da frente tira a carteira e põe em cima do mecanismo (chamemos-lhe assim...).

A porta não abre.

O senhor da frente começa então a esfregar a carteira no mecanismo, primeiro com calma, depois freneticamente.

A porta continua a não abrir.

A senhora de trás começa a fazer barulho, apesar de entretanto as portas do lado já estarem desimpedidas.

O senhor da frente começa a ficar irritado e vira a carteira ao contrário.

Nada. Chega o metro.

Depois de lado.

Nada. Parte o metro.

O outro lado.

A porta abre-se.

Mas desconfio que apenas por ser menos teimosa do que o senhor da frente, que segue o seu caminho feliz, muito feliz, porque para abrir a porta do metro não é preciso tirar o cartão da carteira.

Dia 2: o senhor da frente tem uma mochila.

O senhor da frente põe a mochila em cima do coiso (chamemos-lhe agora outra coisa, talvez mais rigorosa do ponto de vista técnico).

A porta não abre...

A história fica por aqui e o pior é que, sendo assim, ficamos sem saber se a mochila foi mais ou menos teimosa do que a porta.

O dia 3 vem aí.

Será que algum senhor da frente com o Lisboa Viva no bolso de trás vai decidir sentar-se em cima daquilo e esperar que a porta se abra?


quarta-feira, 26 de junho de 2013

As histórias politicamente corretas


Na Feira do Livro compramos vários livros, entre os quais um do Capuchinho Vermelho para o G.

As ilustrações eram apelativas, as cores fortes e até tinha texturas e portinhas para abrir.

A história já conhecíamos, pensávamos nós... 

Afinal não...

Parece que o Lobo Mau agora é apenas medianamente mau. Maroto, vá; já não come ninguém. 
A avó fica apenas fechada no armário e a Capuchinho é salva mesmo a tempo pelo caçador. 
Até mesmo o mal que acontece ao Lobo por ter sido malvado é bastante relativo. O caçador prende-o a uma árvore.

Quando é que isto aconteceu?

Acho que prefiro a versão politicamente incorreta. Passa os valores de forma mais clara.
É claro que na vida nada é preto ou branco, inteiramente mau ou inteiramente bom. Mas se tivermos presentes estes extremos podemos perceber melhor os tons de cinzento da vida.

O Lobo é mesmo muito mau e por isso não tem um final feliz. Na vida há pessoas mesmo más e devemos fazer tudo para não sermos uma delas. E até é animador acreditar que cada um acaba com aquilo que merece.

Exijo um Lobo Mau que acaba no fundo de um poço com a barriga cheia de pedras! 

Parece que o melhor é ir procurar a casa da avó porque os tempos agora são outros.

A foto faz-me imaginar o caminho da Capuchinho pelo meio da floresta. Quase que consigo ver o Lobo lá ao fundo a espreitar!

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Lisboa em Si


Na sexta-feira à noite encaminhamo-nos para o Terreiro do Paço para assistir ao Lisboa em Si

O projeto prometia sete minutos de música em que os instrumentos eram os sons da própria cidade, espalhados ao longo de vários quilómetros: buzinas de barcos, sirenes, os sinos das igrejas... Cem músicos que comunicavam entre si através de rádio, para garantir a harmonia dos sons.

À saída do metro o entusiasmo era palpável com as pessoas em passo acelerado, intervalado com breves corridas, para garantir que não chegavam nem um segundo depois das dez.

Eu ia muito curiosa e expectante, Ele um pouco cético! 


Não posso dizer que me tenha sentido maravilhada. Se calhar as minhas expectativas eram demasiado elevadas. 

Ouvia-se demasiado os "instrumentos" que estavam mais próximos; no caso eram as buzinas dos barcos, e apenas com muito esforço os mais distantes, como por exemplo os sinos. Isso tornava desequilibrada a sonoridade, tornando impossível descortinar a harmonia entre os diversos sons.

Mas teve aspetos bons que vale a pena assinalar.


Em primeiro lugar, estava muita gente e foi um momento lindo quando de repente toda a gente se calou e se fez silêncio no Terreiro do Paço.

Depois, foi uma sensação muito engraçada ouvir sons a que estamos acostumados, retirados do seu contexto. Estamos habituados a ouvir uma sirene de uma ambulância ou o som do elétrico no meio do rebuliço do dia-a-dia. Mas ali soavam diferentes. Porque me estava a concentrar neles, ao invés de os deixar apenas estar no pano de fundo.

Estava uma noite linda e era Lisboa. E só isso já vale sempre a pena.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Livros infantis #7 - As escolhas da Joana

A Joana deixou aqui no blog um comentário ao post do "Um Livro" que me cativou. 

Fui ver o blog azul turquesa e identifiquei-me. E quando percebi que a Joana é bibliotecária pensei imediatamente que era a pessoa ideal para dar continuidade a este diálogo sobre livros. Quem melhor para conhecer os livros mais interessantes do que quem convive diariamente com centenas deles!

Das conversas que fomos tendo por e-mail posso dizer-vos que a sua paixão pelos livros é contagiante e que a essa paixão se associa uma personalidade disponível e sorridente!

Bem vinda, Joana!

o livro de que mais me recordo da minha infância é "a princesinha" de frances burnett. um livro para quem ja sabe ler bem. antes de chegar a este, claro que li muito outros, muitos livros de historia da platano editora preenchiam a parte de baixo da minha mesa de cabeceira branca, com um fio dourado e fininho debruado. tinha uma gaveta em cima e muito espaço em baixo onde empilhava os livros. lembro-me de a minha mae me pedir muitas vezes para arrumar a confusao que ali se instalava e de ser uma arrumaçao para a tarde inteira que me fazia reabrir os livros e ficar a reler as historias todas. à noite, a magia passava para um cadeeiro pousado em cima da tal mesa, que era uma pequena televisao com o rato mickey. este candeeiro, que guardei muitos anos, perpetuava as minhas leituras e o tempo que passava a olhar para as imagens, à lupa, pela noite dentro.


mas digo com toda a certeza que o livro que me pôs no caminho do PRAZER da leitura foi "a princesinha", que, anos mais tarde, descobri tantas vezes mencionado em alguns dos livros de uma das minhas escritoras, de ficçao portuguesa, preferida, a ana teresa pereira.


o livro que gosto mais hoje e que recomendaria a uma criança... é dificil escolher so um. mas escolho "a manta, uma historia aos quadradinhos de tecido" da planeta tangerina. uma historia doce que me fez lembrar a minha avo e as noites em que ficava a dormir em casa dela depois de passarmos o dia inteiro juntas. ela conversava muito e contava imensas coisas. eu adorava isso. este livro é a prova de que uma historia pode vir de qualquer parte e de que uma manta feita cheia de quadradinhos de tecido, feita pelas maos da nossa avo, pode tornar-se tao tao quentinha e aconchegante. 


também acrescento a esta pergunta um livro francês que li todos os anos a todas às turmas de pequeninos que recebi, na biblioteca onde trabalhei nos ultimos 7 anos, nos alpes, o titulo é "les deux maisons". é a historia de dois velhinhos, um velhinho feito de sal e uma velhinha feita de açucar que se zangam e cada um constroi uma casa e sepraram-se, mas um dia vem um temporal e o velhinho arrisca-se a desaparecer com a chuva. a velhiha tem uma casa mais resistente e, apesar de zangada com o velhinho, deixa-o entrar. no final eles fazem as pazes e dao um beijinho na boca, mas com o sal, o açucar e a chuva à mistura, no beijinho ficam colados um ao outro. esta imagem é magica e pôs muitos olhos a brilhar.


muito obrigada por este convite, é um prazer tao grande poder conversar sobre livros!

Imagem 2, Imagem 3Imagem 4

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Os esgotos de Paris




Ao passar os olhos pela pasta das fotos no computador relembrei os esgotos de Paris e pensei que não chegamos a contar nada sobre isso aqui. Vale a pena porque cai fora das coisas normais a fazer em Paris.

Quando estivemos em Paris da última vez fomos visitar o museu dos esgotos, mesmo junto ao Sena, quase a chegar à Torre Eiffel.

Não é um museu típico. Não há coisas expostas para ver. Trata-se de entrar dentro de uma parte desativada da rede de esgotos e perceber e sentir o que é e como funcionava.

E para mim foi fascinante, porque acho que nunca até aí tinha dedicado um único pensamento ao assunto dos esgotos. Sei que estão lá (por todo o lado), não posso viver sem eles, mas não fazia a mínima ideia sobre como funcionam.

Lá em baixo cheira mal e se tiverem claustrofobia é capaz de não ser boa ideia, mas vale a pena. São túneis que se cruzam e canais de água, largos como pequenos rios, e tubagens por todo o lado.

Em Paris há milhares de quilómetros de túneis por baixo do chão e milhares de egoutiers (esgoteiros? Ha, não sei como se chama em português a profissão de quem trabalha nos esgotos. Tem nome?)

É uma profissão muito desgastante e perigosa por causa dos gases e do risco de inundação inesperada dos canais. Claro que hoje em dia é tudo mais moderno mas a única forma que antigamente havia de avisar os egoutiers de que estava a chover muito e de que tinham de sair porque o nível da água nos túneis iria subir rapidamente era batendo vigorosamente nos tubos de metal para fazer propagar o som de alerta.

Ficamos aliviados quando saímos e pudemos respirar o ar fresco mas não especialmente enjoados, o que se pode comprovar pelo que almoçámos a seguir...!


quarta-feira, 19 de junho de 2013

Um arraial e dois passos de dança


No domingo ao fim do dia fomos ao Arraial. O primeiro do G. 

É certo que teve de ser numa versão familiar, mas não faltou a música de bailarico e a fartura a seguir ao jantar.

O G. dançou no seu estilo inconfundível: os dois indicadores esticados e os braços para cima a marcar o ritmo. No fundo, é como se estivesse sempre a dançar o "Lá em cima está o tiroliroliro". Como nós nos rimos sempre muito ele deve achar que está o máximo e insiste no estilo, com pequenas variações para aumentar o fator surpresa.



Apesar das nuvens estava calor e uma brisa boa e soube mesmo bem estar ali descontraidamente a aproveitar o fim de tarde.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Receitas masculinas - Pato à Lisboa




O que vamos fazer para o almoço, foi o desafio que lhe lancei. Só queria um ingrediente e começar a inventar. Temos peitos de pato, mas são valiosos, foi a mensagem que recebi. 

Vamos a isto. A inspiração nasceu aqui, mas com muitas invenções pelo meio.

Ingredientes:
- Peitos de pato
- Azeite
- Cominhos, manjericão e orégãos (era o que havia na zona das especiarias)
- Alho (isto vai dar que falar...)
- Sal
- Vinho tinto (alentejano, que a receita é para ser feita com calma)
- Farinha
- Mel
- Pera (para enfeitar o prato e serve de sobremesa: é o dois em um)




Etapas:
1. Descongelar o pato com tempo, para não estar preocupado com isso na altura de começar a cozinhar.
2. Numa frigideira, juntar o azeite (uma dose generosa), os cominhos, o manjericão, os orégãos e o alho e aquecer até ficar bem quentinho.
3. Juntar então os peitos de pato (lusco fusco para cada lado).
4. Ai o alho! Ela entrou na cozinha: o drama, o horror, a tragédia. O alho está queimado e vai contaminar o pato.
5. Tirar o alho do combinado anterior.
6. Não desistir.
7. Continuar a fazer o Pato à Lisboa.
8. Tirar o pato da frigideira e levar ao forno, com azeite e mel. Ficou cerca de 20 minutos, tempo demais se quiserem que fique um pouco mais suculento.
9. Entretanto, juntar ao azeite com cominhos, manjericão, orégãos e resquícios de alho carbonizado, o vinho alentejano e a farinha, aquecendo e mexendo durante alguns minutos.
10. Está tudo pronto. Não esquecer de juntar o molho que vem da frigideira com o que saiu do forno: o mel vai entender-se às mil maravilhas com o tinto.
11. Ir comer fora. Ou seja, levar tudo para a varanda e comer Pato à Lisboa com vista para Monsanto.

Brinquedos na sala - Lado B



Acho que é muito importante os miúdos aprenderem a ter um espaço deles, onde podem estar a brincar ou a ler sozinhos, sem necessidade de ter um adulto para impressionar ou seduzir ou com quem partilhar o momento.

É importante para eles, mas é ainda mais importante para nós, pais, que existam vários momentos de descanso ao longo do dia. 

Da mesma forma que um bom silêncio me parece muito saudável na relação de um casal, momentos de proximidade com atividades simultâneas não partilhadas entre pais e filhos podem ser importantes para todos.

Dito isto, parece-me fundamental que o principal espaço de brincadeira esteja no quarto, num local reservado e claramente identificado como tal. Esse espaço estar centrado na sala pode constituir, quanto a mim, uma ocupação indevida de um espaço dos pais, espaço físico e temporal que pode mesmo ser um símbolo para o futuro saudável da sua relação.

O nosso caso é mais ou menos peculiar, uma vez que a sala era até agora pouco utilizada. O nosso espaço era e continua a ser o quarto: onde vemos televisão, lemos, conversamos. Neste sentido, um espaço para o G. na sala é bem-vindo, uma vez que permite que o possamos acompanhar de forma mais confortável, próximos no afeto mas mais ou menos distantes nos pensamentos.

E assim o quarto, a sala e os caminhos ficam desarrumados por igual.

Ver o Lado A.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Brinquedos na sala - Lado A


Antes de o G. nascer era mais fundamentalista quanto a esta questão.

Os brinquedos pertenciam ao quarto sempre, pensava eu, e não espalhados um pouco por toda a casa, como se de repente tivéssemos passado a viver no meio da confusão. Parecia-me que para manter algum equilíbrio e sanidade era preciso haver espaço para os adultos e a possibilidade de andarmos descontraidamente pela casa sem pisarmos, com um uivo, uma peça de lego.

Ainda continuo a pensar assim, mas já não tão a preto e branco.

Ainda na semana passada compramos uma mesinha para a sala, o que seria impensável para o meu antigo eu.

A verdade é que ao longo do tempo tenho vindo a perceber que o G. gosta muito de estar onde nós estamos, o que faz todo o sentido, porque eu também gravito em torno de onde eles estão.

A solução intermédia foi delimitar uma área, dentro do espaço comum, para o G. Até há pouco tempo era a mesa de centro na sala que tinha alguns brinquedos em cima. Agora é a mesinha.

Assim, ele faz parte do espaço sem dominar o espaço.

O que é que vos parece? Brinquedos no quarto ou nos espaços comuns?

Ver o Lado B.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Sentemo-nos

No canto da nossa sala mora agora uma mesa pequenina. Não tão pequenina como as portas. Apenas do tamanho certo para o G.


Já há algum tempo que o chão não era suficiente para as brincadeiras. E a mesa de centro da sala fazia as vezes de secretária. Atarefadíssimo fazia puzzles e lia livros, mas sem um sítio para se sentar.


Assim que viu a mesa os olhos brilharam e trepou para cima da cadeira. E encaixa ali mesmo bem, parece confortável!


No futuro a mesa há-de albergar lápis e folhas para desenhos, mas para já as brincadeiras são outras. Puzzles dos quais ele não se cansa, os cubos que adora empilhar (e deitar abaixo com um pontapé depois de concluída a torre) e livros, mas aqui apenas os que resistem a mãos mais inquietas.


Está aprovado.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Ao Santo António


O desafio partiu da creche. O G. esteve a preparar com os colegas um manjerico para decorar o espaço onde passa grande parte do seu tempo. Pediram a todos os pais para fazerem uma quadra alusiva à festividade, depois colocadas na parede cada uma em seu manjerico.

A tarefa não era fácil.

Os ingredientes teriam de ser o próprio S. António, ou pelo menos o ambiente dos Santos, a escola, o G. e um pouco de humor, como se impõe nestes poemas.

Não foi evidente juntar tudo, pelo que, após algumas tentativas falhadas e várias gargalhadas, este foi o resultado, em duas quadras.

Nesta quadra popular
Muito tenho a agradecer
Atiro beijinhos para o ar
Para uma bolacha merecer

Meu querido S. Antoninho
Deste-me a melhor escola da cidade
Com todo o vosso miminho
Encho-me de felicidade

Apenas a primeira acabou nas paredes da escola. Uma quadra sobre o G. não poderia deixar de fazer referência a bolacha ou a banana.

Fica aqui agora também a segunda.

Sentimos que o carinho que o G. recebe na creche é fundamental para o seu crescimento e uma das razões para que o sorriso habite constantemente na sua cara.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Livros infantis #6 - As escolhas da Constança

Pensei que seria interessante alargar a novas perspetivas a partilha de livros infantis aqui no blog.

E não podíamos começar melhor.

A Constança, do Saídos da Concha, dispensa apresentações. Blogger de referência, crafter, mulher, mãe, inspiradora na sua procura por uma vida simples, mas plena.

Ah, e não posso deixar de assinalar que nunca neste blog se viram fotografias tão bonitas!

Vamos a isto.


Sou a Constança, tenho 31 anos, nasci e fui criada em Lisboa, com uma breve passagem por Paris, onde fui estudante Erasmus. Quando me casei com o Tiago, decidimos que queríamos experimentar viver no estrangeiro durante uns tempos. O trabalho do Tiago começou por levar-nos até Inglaterra, onde, durante 3 anos, morámos numa casa no meio do campo, e onde nasceu o Rodrigo. Há 6 meses mudámo-nos para a Nova Zelândia e é aqui que estamos a construir uma vida nova.


Desde pequena que sou uma leitora voraz e fico feliz pelo facto de o Rodrigo, agora com 1 ano e pouco, também adorar livros. Os gostos deste nosso pequeno intelectual vão variando, mas há um livro de que ele gosta especialmente: o "Dear Zoo" do Rob Campbell. Gosta de virar as páginas, abrir as janelas e ouvir-me a contar a história (com muitas invenções minhas à mistura). Fica sempre bem-disposto quando lemos este livro.


Não me lembro de quais eram os meus livros preferidos quando tinha a idade do Rodrigo, mas quando penso em livros que marcaram a minha infância, o nome Enid Blyton vem-me imediatamente à cabeça. Primeiro Os Cinco, depois Os Sete (uma vez até tive um sonho em que Os Cinco e Os Sete se conheciam), e logo a seguir O Colégio das Quatro Torres, As Gémeas, a colecção Mistério e um ou outro livro solto que encontrei em casa da minha avó. Lembro-me que o vocabulário era bastante rico e que a realidade me parecia distante e um pouco antiquada, mas isso ainda contribuía mais para o meu fascínio com aqueles livros, que li e reli vezes sem conta.


Em Inglaterra comecei a comprar edições antigas em inglês e espero que um dia o Rodrigo se divirta a lê-las!

Quando a vida nos surpreende

Por natureza, acho sempre que as pessoas são boas - bem intencionadas, não interesseiras, simpáticas.

No fundo, sou ingénua, como já me apontaram várias vezes, e a verdade é que muitas vezes me desiludo quando afinal a realidade não é como a imaginava. 

Mas às vezes a vida surpreende-nos e alguém nos dá muito mais do que aquilo que esperávamos.

Foi isso que me aconteceu com a Constança.

O Saídos da Concha foi o primeiro blog que descobri, há já alguns anos, e que me fez descobrir todos os outros. Blog que me prende sempre pelas fotos, pelas palavras genuínas, pela vida inspiradora.

Contactei a Constança para lhe perguntar se ela estaria disponível para partilhar aqui no blog os livros da sua infância e os livros que agora fazem parte da vida do Rodrigo. Contava esperar muito tempo pela resposta e estava perfeitamente preparada para nem sequer receber resposta, porque imagino que as solicitações devem ser muitas.

E estava enganada! A resposta chegou poucas horas depois... Simpática, disponível!

Combinados os pormenores, ao longo de mais alguns e-mails, o post chegou e vai ser publicado já a seguir! 

terça-feira, 11 de junho de 2013

Feira do Livro da minha infância



A Feira do Livro está gravada na minha memória como as coisas que existem desde sempre.

Tenho memórias vagas de lá ir em criança e apesar de essas memórias serem difusas estão associadas a um sentimento bom. 

Os livros sempre foram muito valorizados em minha casa e, por isso, aquele espaço para mim era um paraíso, um mundo de possibilidades infinitas.

Continuo a ir lá todos os anos, mas claro que já não é a mesma coisa. Por um lado, porque objetivamente está diferente, com os grandes grupos a dominarem o espaço. Mas principalmente porque os meus olhos já não têm a mesma ingenuidade. Existe a FNAC e a minha imaginação já não se deixa deslumbrar da mesma maneira.

Ainda assim, não prescindo, porque continua a persistir em mim aquele sentimento de infância associado à Feira. E, de resto, agora, começa o momento de transmitir esse sentimento à próxima geração.

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