terça-feira, 18 de junho de 2013

Brinquedos na sala - Lado B



Acho que é muito importante os miúdos aprenderem a ter um espaço deles, onde podem estar a brincar ou a ler sozinhos, sem necessidade de ter um adulto para impressionar ou seduzir ou com quem partilhar o momento.

É importante para eles, mas é ainda mais importante para nós, pais, que existam vários momentos de descanso ao longo do dia. 

Da mesma forma que um bom silêncio me parece muito saudável na relação de um casal, momentos de proximidade com atividades simultâneas não partilhadas entre pais e filhos podem ser importantes para todos.

Dito isto, parece-me fundamental que o principal espaço de brincadeira esteja no quarto, num local reservado e claramente identificado como tal. Esse espaço estar centrado na sala pode constituir, quanto a mim, uma ocupação indevida de um espaço dos pais, espaço físico e temporal que pode mesmo ser um símbolo para o futuro saudável da sua relação.

O nosso caso é mais ou menos peculiar, uma vez que a sala era até agora pouco utilizada. O nosso espaço era e continua a ser o quarto: onde vemos televisão, lemos, conversamos. Neste sentido, um espaço para o G. na sala é bem-vindo, uma vez que permite que o possamos acompanhar de forma mais confortável, próximos no afeto mas mais ou menos distantes nos pensamentos.

E assim o quarto, a sala e os caminhos ficam desarrumados por igual.

Ver o Lado A.

4 comentários:

  1. Talvez o espaço físico não seja assim tão determinante na criação de laços/dependências/independências afetivas. Talvez seja mais determinante o tempo que se dedica a pensar nessas questões...e a autenticidade do que se sente perante elas. As crianças, como toda a gente, reagem à verdade e à coerência, desde que se sintam confortáveis, acarinhadas e protegidas: assim desenvolvem a sua individualidade e seu espaço ... e não só físico.

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    1. Concordo que o espaço físico não seja assim tão determinante. O espaço emocional, criado em condições de, como dizes, conforto, carinho e proteção, é muito mais importante. Mas será bom desenvolver a individualidade sem (algum) espaço físico? E o espaço físico, associado ao tempo, não será importante também para os pais?

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    2. Claro que é! O espaço dos pais, como indivíduos e a dois, é sagrado, tal como o é o da criança, como indivíduo e como elemento duma família. A criança tem de aprender a estar só sem se sentir abandonada tal como tem de aprender a interagir e a partilhar. O que quero dizer é que essa aprendizagem depende mais da coerência e da autenticidade do que da divisão dos espaços.
      Felizmente o G tem pais que se interrogam e uma casa que lhe permite vários níveis de independência emocional!

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  2. Acho que é muito importante a criança saber que a casa lhe pertence como todo, mas seu reino é seu quarto. Querer que os brinquedos fiquem apenas no quarto parece muito severo e limitador: a solução da mesinha na sala foi bem bacana.

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