Ao passar os olhos pela pasta das fotos no computador relembrei os esgotos de Paris e pensei que não chegamos a contar nada sobre isso aqui. Vale a pena porque cai fora das coisas normais a fazer em Paris.
Quando estivemos em Paris da última vez fomos visitar o museu dos esgotos, mesmo junto ao Sena, quase a chegar à Torre Eiffel.
Não é um museu típico. Não há coisas expostas para ver. Trata-se de entrar dentro de uma parte desativada da rede de esgotos e perceber e sentir o que é e como funcionava.
E para mim foi fascinante, porque acho que nunca até aí tinha dedicado um único pensamento ao assunto dos esgotos. Sei que estão lá (por todo o lado), não posso viver sem eles, mas não fazia a mínima ideia sobre como funcionam.
Lá em baixo cheira mal e se tiverem claustrofobia é capaz de não ser boa ideia, mas vale a pena. São túneis que se cruzam e canais de água, largos como pequenos rios, e tubagens por todo o lado.
Em Paris há milhares de quilómetros de túneis por baixo do chão e milhares de egoutiers (esgoteiros? Ha, não sei como se chama em português a profissão de quem trabalha nos esgotos. Tem nome?)
É uma profissão muito desgastante e perigosa por causa dos gases e do risco de inundação inesperada dos canais. Claro que hoje em dia é tudo mais moderno mas a única forma que antigamente havia de avisar os egoutiers de que estava a chover muito e de que tinham de sair porque o nível da água nos túneis iria subir rapidamente era batendo vigorosamente nos tubos de metal para fazer propagar o som de alerta.
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